Vereador Juninho Buguiu organizou o debate dessa quarta-feira (17/05)
A “tragédia-crime” do rompimento da Barragem de Mariana, em Minas Gerais, em novembro de 2015, que assolou todo o Rio Doce com rejeitos de minério de ferro, ainda repercute na vida das pessoas das localidades atingidas, ao longo dos quase oito anos do acontecimento.
Para ouvir essa população e chegar a algum consenso, o vereador Juninho Buguiu realizou audiência pública, na tarde dessa quarta-feira (17/05), na Câmara Municipal de Linhares, e reuniu entidades que representam os atingidos pelo crime ambiental.
A Fundação Renova também foi convidada, porém não compareceu ao debate já remarcado três vezes, a seu pedido. Estiveram presentes os vereadores Vicentini, Tobias COmetti, Pamela Maia, Gilson Gatti, Tarcício Silva, Roninho e Alysson Reis.
Quem abriu a tribuna livre foi a advogada representante dos atingidos, Richardeny Lemke, que apontou que o sistema de reparação de danos é falho e “foi preciso fazer a repactuação que está acontecendo agora”, disse. E ainda levantou a questão sobre a qualidade da água do rio Doce para pesca e consumo. “Quem comprova que a água e o pescado estão próprios para consumo? Porque o consumidor não acredita mais e, por isso, reivindicamos documentos com laudo técnico que comprova isso”, salientou.
O presidente da Comissão Municipal dos Atingidos de Linhares, Flávio Messias Soares, também ressaltou a questão da água e que “há muito o que se esclarecer e saber sobre a qualidade da água, com laudo, e não com falácias como tem sido. O abastecimento de água em Barra Seca é por caminhão-pipa ou poços artesianos”, destacou.
A senhora Eliane Gregório, membro da Comissão e moradora de Povoação, levou uma amostra da água da região e questionou: “por que a Renova não leva água potável para as pessoas atingidas? Porque dinheiro para festa e outras coisas tem”, disse.
O advogado e representante dos atingidos Rodolfo Perine levantou a questão do diálogo com a Renova e sua atuação. “(a Renova) se finge de interessada, mas não comparece aqui no debate e não facilita o acesso dos atingidos em receber os seus direitos”, pontuou.
E a senhora Marcia da Associação de Pescadores de Pontal do Ipiranga relevou que a população das localidades atingidas adoece cada vez mais. “Parece que a gente se encontra como se o cerco estivesse se fechando, porque a gente trabalha, reivindica os direitos, mas a Renova não atende, cria um poder enorme e nada se faz”, expôs.
Também foi aberto o diálogo para a plateia presente se expressar e levantar mais questões referentes aos impactos do crime ambiental no município de Linhares.
Confira as fotos da audiência.
Assista a audiência na íntegra.